Cenas deletadas de A elite

anaresenha
3 de dez. de 2020
4 min de leitura

"Tinha beijado Aspen nas salas do palácio e guardei segredo de Maxon. Estava me preparando para receber um pedido de casamento de Maxon e não falei nada para Aspen. Fiz tudo errado.''

Hey galera!

Hoje trouxe para vocês , cenas deletadas do primeiro livro a seleção da Kiera Cass!

Lembrando que elas foram encontradas no próprio site da editora seguinte.

Bom proveito!

Cena deletada (Embora na versão final de A Elite America culpe Maxon pelo castigo de Marlee, originalmente ela também lançava outras acusações sobre ele. America era drogada e tomavam seus pertences. Mais tarde descobriríamos que era tudo obra do rei, mas ela passava quase o livro inteiro furiosa com Maxon. A cena a seguir acontece logo depois de America conversar com Kriss, e gostei muito da maneira como ela reconhece seus erros, mesmo que de um jeito bem dramático. A cena também contém uma aparição breve de um guarda que depois foi cortado do livro, o soldado Paves. Ele tinha seus próprios dilemas sentimentais e os compartilhava com America de vez em quando.) O que eu tinha feito? Tudo estava uma bagunça. Por que me senti tão estranha ao ver Maxon com Kriss se eu tinha certeza de que ele não era o cara certo para mim? Não devia estar fazendo tudo ao meu alcance para ajudar? Elise talvez fosse uma boa — ainda que entediante — opção, mas Natalie ou Celeste seriam um desastre no trono. Eu devia incentivar os dois… mas não conseguia. Simplesmente não conseguia. Será que eu ainda ligava para Maxon depois de tudo o que ele tinha feito? Que tipo de pessoa me tornara? De repente entendi a atitude de Aspen naquele último encontro na casa da árvore. Ele me deixou por causa de seu orgulho imbecil, mas o orgulho é a única coisa que um Cinco, Seis ou Sete têm. Ele podia me abandonar e ainda assim me amar. Será que foi isso que fiz com Maxon? Eu não podia deixar que ele exercesse tanto poder sobre mim, nem que fosse só para conseguir me manter firme. Jamais seria uma garota que se rende tão fácil a alguém. Ele não podia machucar meus amigos, mandar em mim, tomar as minhas coisas e depois sair ileso. Ainda assim... Talvez seja por isso que a situação com Aspen esteja tão estranha. Quando ele disse entusiasmado que queria casar comigo, que eu sempre seria a única mulher de sua vida, foi meio esquisito. Ele disse que não conseguia se imaginar com outra pessoa… e eu já tinha feito isso. Imaginara com tanta clareza que só faltava abandonar Aspen. Senti culpa. Tinha convencido a mim mesma que continuava na Seleção por vontade própria, para ao menos uma vez fazer uma escolha só minha. A verdade, porém, era que eu estava no palácio para tentar dividir meu coração ao meio e decepcionar todos os envolvidos. Tinha beijado Aspen nas salas do palácio e guardei segredo de Maxon. Estava me preparando para receber um pedido de casamento de Maxon e não falei nada para Aspen. Fiz tudo errado. Me concentrei em conter as lágrimas, o que consegui depois de algum esforço. Sequei o rosto no vestido e juntei um pouco de forças para poder pensar. Tentei listar todas as minhas convicções, mas à medida que revirava a cabeça, o único detalhe que eu sabia ser verdade com algum grau de certeza era o amor de Aspen por mim. Sabia que Aspen me amava profunda, intensa e inconvenientemente. É o melhor tipo de amor para receber e quase sempre o mais difícil de dar. E eu o tinha em abundância. Não tinha mais certezas em relação a Maxon, que me presenteava e demonstrava paciência e carinho infinitos para depois ser agressivo e egoísta. Eu não entendia. Talvez ele fosse uma mistura dessas duas personalidades, mas eu não sabia direito. Se no começo se esforçou tanto para ser simpático, então o demônio que surgia agora provavelmente era seu verdadeiro caráter: um monstro que não podia mais esconder. Mas, sério, como eu ia saber? Eu não conhecia Maxon. Sentia que mal conhecia a mim mesma. Mas conhecia Aspen. Ele era firme e seguro. Se eu pedisse, ele seria meu porto seguro, meu abrigo para o que fosse. Aspen passaria o resto da vida provando que era bom o bastante para mim, mesmo se eu lhe dissesse que sempre havia me merecido. Me ocorreu que talvez fosse esse o motivo de toda aquela conversa sobre casamento religioso e uma casa espaçosa: era um jeito de ele provar que eu não perderia nada do que deixasse para trás no palácio. Claro, eu precisaria contar sobre minha intimidade com Maxon. Aspen deveria ter a chance de me rejeitar. Caso contrário, nunca me sentiria bem com essa história. Então era isso. Conheci Maxon de uma maneira tão grandiosa que com certeza ele deixaria uma marca em mim. Assim como eu não queria esquecer Aspen quando chegara ao palácio, seria bem difícil esquecer Maxon quando partisse. E os dois me machucaram de maneiras diferentes, mas Aspen era claramente minha melhor opção, a mais segura. Só me restava isso. Quando Maxon voltasse para casa, eu o trataria de um jeito completamente novo. Seria calma, educada e distante. Explicaria que estava pronta para ir embora e lhe desejaria sorte com Kriss. Se eu fosse gentil, talvez ele parasse de me castigar e me deixasse partir de uma vez. Do contrário, eu apenas esperaria o fim, me encontrando com Aspen sempre que possível até ficar livre daquele lugar. Respirei fundo, levantei e bati a poeira dos escombros do vestido. Virei para o guarda e disse: — Estou pronta para voltar agora. Foi então que compreendi por que aquele estranho tinha sido tão paciente comigo. Tratava-se do soldado Paves. Ele se aproximou aos poucos, tentando não parecer rude. — Está tudo bem, senhorita? Não é bom para uma dama chorar desse jeito. Sua preocupação parecia genuína. Gostaria de poder retribuir sua bondade. Respondi que sim com a cabeça. — Estou bem, obrigada. Se tudo correr bem, nunca mais precisarei chorar assim.